A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença altamente contagiosa com potencial para provocar consequências graves, exigindo o isolamento dos indivíduos infetados e o respetivo acompanhamento clínico. Enquanto os casos mais graves requerem internamento, os doentes com sintomas ligeiros podem permanecer em casa, sendo acompanhados e avaliados regularmente pelos médicos de cuidados de saúde primários — um seguimento que, no início da pandemia por COVID-19, era quase diário.

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Trace COVID-19

Tipo de publicação: Resumo do Artigo
Título original: Gestão de crise em pandemia: trabalho de melhoria de qualidade na abordagem a novos infetados na Trace COVID-19
Data da publicação do artigo: Março de 2025
Fonte: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Autores: André Melícia, Sara Figueira & Ana Sofia Vitorino

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo teve como principal objetivo acelerar o contacto médico com os casos positivos de COVID-19 registados na plataforma digital Trace COVID-19®. Este trabalho destina-se sobretudo a médicos de cuidados de saúde primários e insere-se nas áreas da saúde digital relacionadas com o seguimento remoto de doentes, rastreio digital e gestão de tarefas clínicas com base em plataformas digitais.

Qual é o contexto?
     A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença altamente contagiosa com potencial para provocar consequências graves, exigindo o isolamento dos indivíduos infetados e o respetivo acompanhamento clínico. Enquanto os casos mais graves requerem internamento, os doentes com sintomas ligeiros podem permanecer em casa, sendo acompanhados e avaliados regularmente pelos médicos de cuidados de saúde primários — um seguimento que, no início da pandemia por COVID-19, era quase diário.

     A nível global, o uso de ferramentas digitais revelou-se fundamental no controlo da pandemia. Em Portugal, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) desenvolveram a plataforma digital Trace COVID-19®, destinada à identificação de contactos de risco e ao acompanhamento remoto de pessoas infetadas. Contudo, durante a terceira vaga da pandemia de COVID-19, no início de 2021, o aumento exponencial de casos e a mobilização dos profissionais para centros de vacinação e estruturas residenciais para idosos provocaram uma forte sobrecarga nos cuidados de saúde primários. Como consequência, verificaram-se atrasos superiores a 72 horas no primeiro contacto médico após a confirmação de um caso positivo de COVID-19, comprometendo a resposta atempada e eficiente no acompanhamento clínico dos doentes.

Qual a abordagem praticada à data do estudo?
     Até à realização deste estudo, o acompanhamento de casos suspeitos de COVID-19 iniciava-se, na maioria das situações, com uma chamada do utente para a linha SNS24, atendida por um enfermeiro. Este profissional realizava uma avaliação clínica com base nos sintomas, podendo prescrever um teste molecular, notificar a suspeita na plataforma do Sistema de Informação Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), avaliar a viabilidade do isolamento domiciliário, excluir sinais de gravidade que justificassem avaliação hospitalar e esclarecer dúvidas. Todos os casos suspeitos ou confirmados eram posteriormente registados na plataforma digital Trace COVID-19®, e atribuídos à Unidade de Saúde Familiar (USF) do utente. A responsabilidade pela vigilância clínica destes casos pertencia aos médicos de cuidados de saúde primários, sob a designação da tarefa de “Vigilância Sobreativa”, que consistia no seguimento por contacto telefónico até se verificarem os critérios de alta. De acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), o primeiro contacto médico deveria ocorrer nas primeiras 24 horas após o registo do caso na plataforma.

     Na USF Alcais, estavam definidos três momentos obrigatórios de contacto: o primeiro até 24 horas após o registo na plataforma, o segundo aquando da obtenção do resultado do teste e o terceiro na data prevista para a alta do isolamento. No entanto, tornou-se evidente que a prioridade deveria ser dada ao contacto com os utentes com teste positivo, especialmente em casos identificados por autotestes ou rastreios em massa, onde não existia avaliação clínica prévia nem garantia das condições adequadas para o isolamento. Ainda assim, a identificação rápida destes casos era limitada pelo desconhecimento de algumas funcionalidades da plataforma Trace COVID-19®, limitando a eficácia do processo de seguimento clínico.

Em que consiste a inovação? Como é que é avaliado o impacto deste estudo?
     A inovação introduzida consistiu na implementação de um protocolo estruturado de melhoria da qualidade. O protocolo incluiu a identificação diária de novos casos positivos atribuídos à USF Alcais através da pesquisa na plataforma, a verificação de que se tratava de um novo caso (e não de uma repetição de teste), o registo destes casos numa folha de Excel no início e no fim do dia e no final do dia, a verificação de quantas tarefas foram concluídas, com o cálculo da taxa de execução. Para os casos pendentes, analisou-se o tempo decorrido entre o registo na plataforma e o primeiro contacto médico.

     Para priorizar os contactos inicias com utentes com teste positivo, foi utilizado o filtro ”Comunicar resultado positivo”. Paralelamente, as tarefas na USF Alcais foram reorganizadas em dois tipos: “Vigilância Ativa”, para contactos assintomáticos, sob responsabilidade da equipa de enfermagem; e “Vigilância Sobreativa”, para casos sintomáticos, sob responsabilidade da equipa médica.

     O impacto do protocolo foi avaliado através de um estudo quasi-experimental, realizado entre janeiro e fevereiro de 2021, envolvendo toda a equipa médica da USF Alcais. A intervenção teve início com uma ação de formação interna. A fase pré-intervenção decorreu na primeira semana de fevereiro, seguida por dois períodos de avaliação pós-intervenção: um imediato (segunda semana) e outro mais tardio (quarta semana). O principal indicador de sucesso foi a taxa de novas infeções face ao total, que mede quantos dos novos casos foram contactados em menos de 24 horas após registo na plataforma Trace COVID-19® por semana. Este indicador permitiu monitorizar a melhoria da resposta semanal, sendo definidos três níveis de qualidade: insuficiente (<50%), bom (50–80%) e muito bom (>80%).

Quais são os principais resultados? Qual é o impacto destes resultados? Qual é o futuro desta tecnologia?
     Na semana pré-intervenção, apenas 12,8% dos novos casos positivos foram contactados nas primeiras 24 horas após o registo, o que corresponde a um nível de qualidade insuficiente. Na segunda semana, após a implementação do protocolo de melhoria, verificou-se uma evolução significativa em que 85,7% dos casos foram contactados dentro do prazo, atingindo o nível de qualidade muito bom. Na última semana de avaliação, todos os novos casos foram contactados no próprio dia, correspondendo a uma taxa de 100% de eficácia, mantendo-se o nível de qualidade. Apesar dos resultados muito positivos, uma limitação do estudo foi a redução do número de novos casos entre as semanas avaliadas, o que implicou uma menor carga de trabalho atribuída à USF Alcais e pode ter influenciado os resultados obtidos.

     Este estudo demonstrou que, mesmo com recursos limitados, é possível melhorar significativamente a eficácia clínica com medidas simples e bem organizadas. A definição de tarefas prioritárias e a boa comunicação entre a equipa médica revelaram-se fundamentais para alcançar o sucesso da intervenção. No futuro, este protocolo pode ser replicável noutras unidades de saúde, contribuindo para uma resposta mais eficiente em contextos de vigilância clínica, sobretudo em cenários de elevada procura e pressão sobre os cuidados de saúde primários.

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Data da publicação do artigo: Março de 2025
Fonte: Revista Portuguesa de Medicina Geral e Familiar
Autores: André Melícia, Sara Figueira & Ana Sofia Vitorino

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo teve como principal objetivo acelerar o contacto médico com os casos positivos de COVID-19 registados na plataforma digital Trace COVID-19®. Este trabalho destina-se sobretudo a médicos de cuidados de saúde primários e insere-se nas áreas da saúde digital relacionadas com o seguimento remoto de doentes, rastreio digital e gestão de tarefas clínicas com base em plataformas digitais.

Qual é o contexto?
     A COVID-19, causada pelo vírus SARS-CoV-2, é uma doença altamente contagiosa com potencial para provocar consequências graves, exigindo o isolamento dos indivíduos infetados e o respetivo acompanhamento clínico. Enquanto os casos mais graves requerem internamento, os doentes com sintomas ligeiros podem permanecer em casa, sendo acompanhados e avaliados regularmente pelos médicos de cuidados de saúde primários — um seguimento que, no início da pandemia por COVID-19, era quase diário.

     A nível global, o uso de ferramentas digitais revelou-se fundamental no controlo da pandemia. Em Portugal, os Serviços Partilhados do Ministério da Saúde (SPMS) desenvolveram a plataforma digital Trace COVID-19®, destinada à identificação de contactos de risco e ao acompanhamento remoto de pessoas infetadas. Contudo, durante a terceira vaga da pandemia de COVID-19, no início de 2021, o aumento exponencial de casos e a mobilização dos profissionais para centros de vacinação e estruturas residenciais para idosos provocaram uma forte sobrecarga nos cuidados de saúde primários. Como consequência, verificaram-se atrasos superiores a 72 horas no primeiro contacto médico após a confirmação de um caso positivo de COVID-19, comprometendo a resposta atempada e eficiente no acompanhamento clínico dos doentes.

Qual a abordagem praticada à data do estudo?
     Até à realização deste estudo, o acompanhamento de casos suspeitos de COVID-19 iniciava-se, na maioria das situações, com uma chamada do utente para a linha SNS24, atendida por um enfermeiro. Este profissional realizava uma avaliação clínica com base nos sintomas, podendo prescrever um teste molecular, notificar a suspeita na plataforma do Sistema de Informação Nacional de Vigilância Epidemiológica (SINAVE), avaliar a viabilidade do isolamento domiciliário, excluir sinais de gravidade que justificassem avaliação hospitalar e esclarecer dúvidas. Todos os casos suspeitos ou confirmados eram posteriormente registados na plataforma digital Trace COVID-19®, e atribuídos à Unidade de Saúde Familiar (USF) do utente. A responsabilidade pela vigilância clínica destes casos pertencia aos médicos de cuidados de saúde primários, sob a designação da tarefa de “Vigilância Sobreativa”, que consistia no seguimento por contacto telefónico até se verificarem os critérios de alta. De acordo com as orientações da Direção-Geral da Saúde (DGS), o primeiro contacto médico deveria ocorrer nas primeiras 24 horas após o registo do caso na plataforma.

     Na USF Alcais, estavam definidos três momentos obrigatórios de contacto: o primeiro até 24 horas após o registo na plataforma, o segundo aquando da obtenção do resultado do teste e o terceiro na data prevista para a alta do isolamento. No entanto, tornou-se evidente que a prioridade deveria ser dada ao contacto com os utentes com teste positivo, especialmente em casos identificados por autotestes ou rastreios em massa, onde não existia avaliação clínica prévia nem garantia das condições adequadas para o isolamento. Ainda assim, a identificação rápida destes casos era limitada pelo desconhecimento de algumas funcionalidades da plataforma Trace COVID-19®, limitando a eficácia do processo de seguimento clínico.

Em que consiste a inovação? Como é que é avaliado o impacto deste estudo?
     A inovação introduzida consistiu na implementação de um protocolo estruturado de melhoria da qualidade. O protocolo incluiu a identificação diária de novos casos positivos atribuídos à USF Alcais através da pesquisa na plataforma, a verificação de que se tratava de um novo caso (e não de uma repetição de teste), o registo destes casos numa folha de Excel no início e no fim do dia e no final do dia, a verificação de quantas tarefas foram concluídas, com o cálculo da taxa de execução. Para os casos pendentes, analisou-se o tempo decorrido entre o registo na plataforma e o primeiro contacto médico.

     Para priorizar os contactos inicias com utentes com teste positivo, foi utilizado o filtro ”Comunicar resultado positivo”. Paralelamente, as tarefas na USF Alcais foram reorganizadas em dois tipos: “Vigilância Ativa”, para contactos assintomáticos, sob responsabilidade da equipa de enfermagem; e “Vigilância Sobreativa”, para casos sintomáticos, sob responsabilidade da equipa médica.

     O impacto do protocolo foi avaliado através de um estudo quasi-experimental, realizado entre janeiro e fevereiro de 2021, envolvendo toda a equipa médica da USF Alcais. A intervenção teve início com uma ação de formação interna. A fase pré-intervenção decorreu na primeira semana de fevereiro, seguida por dois períodos de avaliação pós-intervenção: um imediato (segunda semana) e outro mais tardio (quarta semana). O principal indicador de sucesso foi a taxa de novas infeções face ao total, que mede quantos dos novos casos foram contactados em menos de 24 horas após registo na plataforma Trace COVID-19® por semana. Este indicador permitiu monitorizar a melhoria da resposta semanal, sendo definidos três níveis de qualidade: insuficiente (<50%), bom (50–80%) e muito bom (>80%).

Quais são os principais resultados? Qual é o impacto destes resultados? Qual é o futuro desta tecnologia?
     Na semana pré-intervenção, apenas 12,8% dos novos casos positivos foram contactados nas primeiras 24 horas após o registo, o que corresponde a um nível de qualidade insuficiente. Na segunda semana, após a implementação do protocolo de melhoria, verificou-se uma evolução significativa em que 85,7% dos casos foram contactados dentro do prazo, atingindo o nível de qualidade muito bom. Na última semana de avaliação, todos os novos casos foram contactados no próprio dia, correspondendo a uma taxa de 100% de eficácia, mantendo-se o nível de qualidade. Apesar dos resultados muito positivos, uma limitação do estudo foi a redução do número de novos casos entre as semanas avaliadas, o que implicou uma menor carga de trabalho atribuída à USF Alcais e pode ter influenciado os resultados obtidos.

     Este estudo demonstrou que, mesmo com recursos limitados, é possível melhorar significativamente a eficácia clínica com medidas simples e bem organizadas. A definição de tarefas prioritárias e a boa comunicação entre a equipa médica revelaram-se fundamentais para alcançar o sucesso da intervenção. No futuro, este protocolo pode ser replicável noutras unidades de saúde, contribuindo para uma resposta mais eficiente em contextos de vigilância clínica, sobretudo em cenários de elevada procura e pressão sobre os cuidados de saúde primários.

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