Os transtornos de ansiedade são um problema global, afetando 300 milhões de pessoas em todo o mundo e colocando uma pressão significativa sobre os indivíduos e os sistemas de saúde. Só na Europa, o impacto económico atingiu 74 380 milhões de euros em 2010, sendo 62,2% atribuídos aos custos de saúde e 37,6% às perdas de produtividade. Apesar dos avanços no tratamento da ansiedade, estes transtornos permanecem altamente prevalentes devido a limitações no acesso aos cuidados, desafios na adesão aos tratamentos e lacunas no diagnóstico. Mesmo quando existe tratamento disponível, os novos casos surgem mais rapidamente do que a diminuição da prevalência global, o que evidencia uma necessidade crítica de estratégias preventivas. Para colmatar esta lacuna, a Comissão Europeia deu prioridade à prevenção das perturbações mentais. Com o acesso generalizado a smartphones e internet em toda a Europa, os programas de saúde preventiva digital apresentam uma solução oportuna e escalável.

Início / Publicações / Publicação

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pessoa a analisar gráfico financeiro em um smartphone

Tipo de publicação: Resumo do Artigo
Título original: Effectiveness of a universal personalized intervention for the prevention of anxiety disorders: Protocol of a randomized controlled trial (the prevANS project)
Data da publicação do artigo: Dezembro de 2023
Fonte: Repositório Aberto da Universidade do Porto
Autores: Patrícia Moreno-Peral, Alberto Rodríguez-Morejón, Juan Ángel Bellón, Cristina García-Huércano, Carmela Martínez-Vispo, Henar Campos-Paino, Santiago Galán, Sara Reyes-Martín, Natalia Sánchez Aguadero, Margarida Henriques, Emma Motrico & Sonia Conejo-Cerón

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo prevANS tem como objetivo validar uma intervenção personalizada online que usa um algoritmo de risco para a prevenção de perturbações de ansiedade, direcionada especificamente a adultos sem diagnóstico de ansiedade. Esta investigação enquadra-se nas áreas das tecnologias de intervenção baseadas na internet e em análise preditiva.

Qual é o contexto?
     Os transtornos de ansiedade são um problema global, afetando 300 milhões de pessoas em todo o mundo e colocando uma pressão significativa sobre os indivíduos e os sistemas de saúde. Só na Europa, o impacto económico atingiu 74 380 milhões de euros em 2010, sendo 62,2% atribuídos aos custos de saúde e 37,6% às perdas de produtividade. Apesar dos avanços no tratamento da ansiedade, estes transtornos permanecem altamente prevalentes devido a limitações no acesso aos cuidados, desafios na adesão aos tratamentos e lacunas no diagnóstico. Mesmo quando existe tratamento disponível, os novos casos surgem mais rapidamente do que a diminuição da prevalência global, o que evidencia uma necessidade crítica de estratégias preventivas. Para colmatar esta lacuna, a Comissão Europeia deu prioridade à prevenção das perturbações mentais. Com o acesso generalizado a smartphones e internet em toda a Europa, os programas de saúde preventiva digital apresentam uma solução oportuna e escalável.

     Num estudo anterior foi validado um algoritmo de risco que prevê, com elevada precisão, o aparecimento de transtornos de ansiedade nos próximos 12 meses. Este algoritmo, predictA, foi testado em 3564 pacientes de cuidados primários em 6 regiões espanholas e incorpora os seguintes fatores de risco: sexo, idade, qualidade de vida física e mental, insatisfação com o trabalho remunerado e não remunerado, dificuldades financeiras, medicação para ansiedade, depressão ou stress.

Quais são as abordagens atuais?
     As abordagens atuais para a prevenção da ansiedade baseiam-se em programas padronizados e inespecíficos que ignoram os fatores de risco individuais. Embora as intervenções de saúde mental baseadas na internet possam ser tão eficazes quanto os tratamentos presenciais, os programas baseados em smartphones para prevenir a ansiedade carecem de dados suficientes, com a maioria dos ensaios focados no tratamento invés de na prevenção. Estas intervenções debatem-se frequentemente com o envolvimento e a adesão dos utilizadores, existindo uma lacuna de conhecimento relativamente aos mediadores (fatores que explicam como funciona a intervenção, como uma melhor gestão do stress) e aos moderadores (fatores que influenciam quem beneficia mais, como o nível de ansiedade inicial ou a literacia digital dos utilizadores), o que poderia ajudar a melhorar a eficácia. Além disso, a escassez de dados sobre a relação custo-eficácia destas intervenções dificulta a priorização de investimentos em tecnologias de prevenção da saúde mental pelos decisores políticos.

Em que consiste a inovação? Como é que é avaliado o impacto deste estudo?
     A inovação da intervenção prevANS reside na utilização do algoritmo predictA validado para avaliar o risco de uma pessoa desenvolver ansiedade, com base nesse nível de risco, fornecendo suporte personalizado e autoguiado através de uma aplicação móvel ou de um website. O algoritmo predictA categoriza os participantes em grupos de baixo risco e moderado-alto risco.

     Os participantes de baixo risco recebem semanalmente materiais psicoeducativos, exercícios de mindfulness, informações personalizadas sobre os seus fatores de risco e ferramentas de gestão de stress para ajudá-los a manter o baixo risco de ansiedade. Este conteúdo é entregue em formatos cativantes, como vídeos, áudios e questionários. Os participantes de risco moderado-alto recebem este conteúdo primordial, além de módulos de treino cognitivo-comportamental focados na resolução de problemas, competências de comunicação, tomada de decisão e gestão dos pensamentos. Este estudo usa lembretes e feedback de progresso, atribuindo pontos para a conclusão de tarefas para incentivar a adesão. Caso os participantes demonstrem baixa adesão, um assistente de investigação entrará em contacto com eles.

     O impacto do prevANS é avaliado através de um ensaio clínico randomizado e controlado, envolvendo 2000 adultos de Espanha e Portugal sem um diagnóstico de ansiedade, divididos entre um grupo de intervenção que utiliza o prevANS e um grupo de controlo que recebe cuidados normais. Ambos os grupos preenchem os mesmos questionários no início do estudo, 6 meses depois e 12 meses depois, mas o grupo controlo não recebe intervenção ou feedback personalizado. Os resultados primários medem a incidência cumulativa dos transtornos de ansiedade, enquanto os resultados secundários avaliam as alterações nos sintomas de ansiedade e depressão, a probabilidade de risco de ansiedade e depressão, a melhoria na qualidade de vida, a aceitabilidade e a satisfação do utilizador. São ainda realizadas análises de custo-eficácia e custo-utilidade do ponto de vista da sociedade e dos cuidados de saúde. Além disso, mediadores e moderadores são analisados para aperfeiçoar ainda mais a intervenção.

Quais são os resultados esperados?
     A intervenção prevANS deverá reduzir a incidência de transtornos de ansiedade e melhorar a qualidade de vida no grupo de intervenção em comparação com o grupo de controlo. O seu design personalizado e autoguiado deverá aumentar a adesão, ao envolver os utilizadores com conteúdos personalizados, posicionando o prevANS como um modelo escalável e económico para a prevenção da saúde mental digital. Ao capacitar os indivíduos para gerirem a sua saúde mental, o prevANS pode reduzir a dependência de serviços de saúde intensivos, reduzindo assim os custos dos cuidados de saúde e aumentando a produtividade. A sua rentabilidade pode apoiar a sua integração na política de cuidados de saúde, incentivando novas investigações sobre intervenções preventivas personalizadas e baseadas em algoritmos.

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Tipo de publicação: Resumo do Artigo
Título original: Effectiveness of a universal personalized intervention for the prevention of anxiety disorders: Protocol of a randomized controlled trial (the prevANS project)
Data da publicação do artigo: Dezembro de 2023
Fonte: Repositório Aberto da Universidade do Porto
Autores: Patrícia Moreno-Peral, Alberto Rodríguez-Morejón, Juan Ángel Bellón, Cristina García-Huércano, Carmela Martínez-Vispo, Henar Campos-Paino, Santiago Galán, Sara Reyes-Martín, Natalia Sánchez Aguadero, Margarida Henriques, Emma Motrico & Sonia Conejo-Cerón

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo prevANS tem como objetivo validar uma intervenção personalizada online que usa um algoritmo de risco para a prevenção de perturbações de ansiedade, direcionada especificamente a adultos sem diagnóstico de ansiedade. Esta investigação enquadra-se nas áreas das tecnologias de intervenção baseadas na internet e em análise preditiva.

Qual é o contexto?
     Os transtornos de ansiedade são um problema global, afetando 300 milhões de pessoas em todo o mundo e colocando uma pressão significativa sobre os indivíduos e os sistemas de saúde. Só na Europa, o impacto económico atingiu 74 380 milhões de euros em 2010, sendo 62,2% atribuídos aos custos de saúde e 37,6% às perdas de produtividade. Apesar dos avanços no tratamento da ansiedade, estes transtornos permanecem altamente prevalentes devido a limitações no acesso aos cuidados, desafios na adesão aos tratamentos e lacunas no diagnóstico. Mesmo quando existe tratamento disponível, os novos casos surgem mais rapidamente do que a diminuição da prevalência global, o que evidencia uma necessidade crítica de estratégias preventivas. Para colmatar esta lacuna, a Comissão Europeia deu prioridade à prevenção das perturbações mentais. Com o acesso generalizado a smartphones e internet em toda a Europa, os programas de saúde preventiva digital apresentam uma solução oportuna e escalável.

     Num estudo anterior foi validado um algoritmo de risco que prevê, com elevada precisão, o aparecimento de transtornos de ansiedade nos próximos 12 meses. Este algoritmo, predictA, foi testado em 3564 pacientes de cuidados primários em 6 regiões espanholas e incorpora os seguintes fatores de risco: sexo, idade, qualidade de vida física e mental, insatisfação com o trabalho remunerado e não remunerado, dificuldades financeiras, medicação para ansiedade, depressão ou stress.

Quais são as abordagens atuais?
     As abordagens atuais para a prevenção da ansiedade baseiam-se em programas padronizados e inespecíficos que ignoram os fatores de risco individuais. Embora as intervenções de saúde mental baseadas na internet possam ser tão eficazes quanto os tratamentos presenciais, os programas baseados em smartphones para prevenir a ansiedade carecem de dados suficientes, com a maioria dos ensaios focados no tratamento invés de na prevenção. Estas intervenções debatem-se frequentemente com o envolvimento e a adesão dos utilizadores, existindo uma lacuna de conhecimento relativamente aos mediadores (fatores que explicam como funciona a intervenção, como uma melhor gestão do stress) e aos moderadores (fatores que influenciam quem beneficia mais, como o nível de ansiedade inicial ou a literacia digital dos utilizadores), o que poderia ajudar a melhorar a eficácia. Além disso, a escassez de dados sobre a relação custo-eficácia destas intervenções dificulta a priorização de investimentos em tecnologias de prevenção da saúde mental pelos decisores políticos.

Em que consiste a inovação? Como é que é avaliado o impacto deste estudo?
     A inovação da intervenção prevANS reside na utilização do algoritmo predictA validado para avaliar o risco de uma pessoa desenvolver ansiedade, com base nesse nível de risco, fornecendo suporte personalizado e autoguiado através de uma aplicação móvel ou de um website. O algoritmo predictA categoriza os participantes em grupos de baixo risco e moderado-alto risco.

     Os participantes de baixo risco recebem semanalmente materiais psicoeducativos, exercícios de mindfulness, informações personalizadas sobre os seus fatores de risco e ferramentas de gestão de stress para ajudá-los a manter o baixo risco de ansiedade. Este conteúdo é entregue em formatos cativantes, como vídeos, áudios e questionários. Os participantes de risco moderado-alto recebem este conteúdo primordial, além de módulos de treino cognitivo-comportamental focados na resolução de problemas, competências de comunicação, tomada de decisão e gestão dos pensamentos. Este estudo usa lembretes e feedback de progresso, atribuindo pontos para a conclusão de tarefas para incentivar a adesão. Caso os participantes demonstrem baixa adesão, um assistente de investigação entrará em contacto com eles.

     O impacto do prevANS é avaliado através de um ensaio clínico randomizado e controlado, envolvendo 2000 adultos de Espanha e Portugal sem um diagnóstico de ansiedade, divididos entre um grupo de intervenção que utiliza o prevANS e um grupo de controlo que recebe cuidados normais. Ambos os grupos preenchem os mesmos questionários no início do estudo, 6 meses depois e 12 meses depois, mas o grupo controlo não recebe intervenção ou feedback personalizado. Os resultados primários medem a incidência cumulativa dos transtornos de ansiedade, enquanto os resultados secundários avaliam as alterações nos sintomas de ansiedade e depressão, a probabilidade de risco de ansiedade e depressão, a melhoria na qualidade de vida, a aceitabilidade e a satisfação do utilizador. São ainda realizadas análises de custo-eficácia e custo-utilidade do ponto de vista da sociedade e dos cuidados de saúde. Além disso, mediadores e moderadores são analisados para aperfeiçoar ainda mais a intervenção.

Quais são os resultados esperados?
     A intervenção prevANS deverá reduzir a incidência de transtornos de ansiedade e melhorar a qualidade de vida no grupo de intervenção em comparação com o grupo de controlo. O seu design personalizado e autoguiado deverá aumentar a adesão, ao envolver os utilizadores com conteúdos personalizados, posicionando o prevANS como um modelo escalável e económico para a prevenção da saúde mental digital. Ao capacitar os indivíduos para gerirem a sua saúde mental, o prevANS pode reduzir a dependência de serviços de saúde intensivos, reduzindo assim os custos dos cuidados de saúde e aumentando a produtividade. A sua rentabilidade pode apoiar a sua integração na política de cuidados de saúde, incentivando novas investigações sobre intervenções preventivas personalizadas e baseadas em algoritmos.

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