As doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de mortalidade a nível mundial, sendo responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A sua elevada prevalência está associada a estilos de vida pouco saudáveis, caraterizados por alimentação inadequada, sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo e stress crónico, fatores que contribuem para processos inflamatórios persistentes e alterações na estrutura e função dos vasos sanguíneos. Cirurgia cardíaca

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Sistema de telemonitorização remota

Tipo de publicação: Resumo do Artigo
Título original: Developing and validating high-value patient digital follow-up services: a pilot study in cardiac surgery
Data da publicação do artigo: Maio de 2022
Fonte: BMC Health Services Research
Autores: Ana Londral, Salomé Azevedo, Pedro Dias, Carolina Ramos, Jorge Santos, Flávio Martins, Raquel Silva, Helena Semedo, Clara Vital, Ana Gualdino, João Falcão, Luís Velez Lapão, Pedro Coelho & José Fragata

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo tem como objetivo desenvolver e validar um sistema digital de acompanhamento pós-operatório para doentes submetidos a cirurgia cardíaca, com base num sistema de telemonitorização remota. O público-alvo inclui profissionais de saúde, como cirurgiões e enfermeiros especializados em cirurgia cardíaca, bem como as equipas de tecnologias de informação e fornecedores de dispositivos de Internet das Coisas (IoT). O estudo insere-se em áreas da saúde digital, tais como a monitorização remota de doentes, o design de soluções digitais centradas no utilizador e a m-Health.

Qual é o contexto?
     As doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de mortalidade a nível mundial, sendo responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A sua elevada prevalência está associada a estilos de vida pouco saudáveis, caraterizados por alimentação inadequada, sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo e stress crónico, fatores que contribuem para processos inflamatórios persistentes e alterações na estrutura e função dos vasos sanguíneos.

     Estas alterações vasculares favorecem a formação de placas de gordura (aterosclerose) que obstruem progressivamente o fluxo sanguíneo, conduzindo a várias doenças cardiovasculares. Entre estas, destacam-se a hipertensão arterial, as arritmias, a doença coronária (obstrução das artérias que irrigam o músculo cardíaco) e a insuficiência cardíaca (comprometimento da função contrátil do coração para bombear sangue de forma eficaz). Sem uma deteção e intervenção atempada, estas condições podem evoluir para eventos agudos graves, como o enfarte agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral (AVC) ou mesmo falha de múltiplos órgãos, devido à circulação insuficiente de sangue e oxigénio.

     Quando a abordagem farmacêutica não é suficiente, a intervenção cirúrgica torna-se necessária para restaurar a função cardiovascular. No entanto, apesar da sua eficácia clínica, estas intervenções implicam riscos no período pós-operatório, incluindo arritmias, infeções, eventos tromboembólicos (formação de coágulos sanguíneos) e instabilidade hemodinâmica (pressão arterial persistentemente anormal). As taxas de readmissão hospitalar rodam os 15% a 20% no primeiro mês, podendo atingir os 30% ao longo do primeiro ano após a cirurgia.

Quais são as abordagens atuais?
     Atualmente, o acompanhamento pós-operatório em cirurgia cardíaca tem início em ambiente hospitalar, com monitorização intensiva por parte de médicos e enfermeiros. São avaliados parâmetros vitais como a frequência cardíaca, pressão arterial, função respiratória, oxigenação, temperatura, débito urinário e balanço hídrico, essenciais para detetar precocemente complicações e orientar intervenções clínicas imediatas. Após a alta hospitalar, os doentes são integrados em programas de reabilitação cardíaca que combinam o controlo de fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes, obesidade e sedentarismo), o ajuste da terapêutica farmacológica consoante a evolução clínica, o exercício supervisionado e o apoio educativo. Este último promove a literacia em saúde, reforça a adesão ao tratamento e oferece suporte emocional durante o processo de recuperação.

     Nos últimos anos, surgiram soluções de monitorização remota aplicadas à doença cardíaca crónica e a programas de reabilitação à distância. Estas abordagens baseiam-se na recolha de dados fisiológicos através de wearables e aplicações móveis, permitindo o acompanhamento dos doentes após o regresso a casa. No entanto, não foram concebidas para o período pós-operatório imediato, caracterizado por maior instabilidade clínica e necessidade de acompanhamento intensivo. Além disso, muitas apresentam interfaces pouco adaptadas a doentes em fase de recuperação, não dispõem de mecanismos estruturados de resposta clínica em tempo real e não estão integradas nos fluxos clínicos hospitalares, o que dificulta a sua utilização por equipas multidisciplinares e compromete a continuidade e eficácia do acompanhamento.

Em que consiste a inovação? Como é que é avaliado o impacto?
     A inovação deste estudo consistiu no desenvolvimento de um sistema digital estruturado para o acompanhamento remoto de doentes no pós-operatório de cirurgia cardíaca, com monitorização contínua no domicílio, articulação com a equipa de saúde e funcionalidades centradas na pessoa em recuperação.

     O processo de desenvolvimento seguiu a metodologia Design Science Research, que privilegia a criação faseada de soluções com validação contínua em contextos reais. Em paralelo, foram aplicados os princípios do Lean Startup, que assentam na utilização dos recursos já disponíveis e na melhoria rápida com base em feedback. Neste caso, os Digital Health Kits já existentes foram aproveitados como ponto de partida para o desenvolvimento do produto mínimo viável. Cada kit incluía um smartphone com ligação 4G, assegurando a conectividade contínua, um smartwatch para monitorização da frequência cardíaca e contagem de passos, um esfigmomanómetro para medição da pressão arterial e da frequência cardíaca em repouso e uma balança digital para controlo do peso corporal. Todos estes dispositivos IoT, estavam interligados com a aplicação móvel SMARTBEAT, desenvolvida no âmbito do projeto.

     A aplicação recolhia automaticamente os dados fisiológicos do doente, que submetia diariamente fotografias da ferida cirúrgica através de um chatbot guiado. Em resposta, o doente recebia mensagens educativas personalizadas, previamente definidas, com o objetivo de reforçar a literacia em saúde ao longo da recuperação. Para além disso, os profissionais de saúde podiam enviar mensagens adicionais adaptadas ao estado clínico de cada doente.

     Foi igualmente desenvolvida uma plataforma web dirigida aos profissionais de saúde, que possibilitava o acesso em tempo real aos dados submetidos, à gestão de alertas clínicos, ao registo de intervenções e ao acompanhamento estruturado da evolução clínica. Embora não substitua o contacto presencial, constituiu um suporte complementar à vigilância, facilitando a priorização de casos e apoiando a tomada de decisão clínica de forma mais informada.

     Para avaliar o impacto deste sistema, foi conduzido um estudo piloto no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, envolvendo 30 doentes submetidos a cirurgia cardíaca. Cada doente foi monitorizado remotamente durante 30 dias, mas o estudo decorreu ao longo de 16 meses, uma vez que foram introduzidas melhorias entre os acompanhamentos. A avaliação foi organizada em quatro ciclos sucessivos de desenvolvimento, teste e adaptação, permitindo uma evolução contínua da solução em função do contexto clínico e do feedback dos utilizadores. A análise considerou cinco dimensões principais: (1) a experiência do utilizador, medida através do Net Promoter Score, do User Experience Questionnaire e de entrevistas presenciais; (2) a adesão, avaliada com base na regularidade do registo de dados ao longo do período de acompanhamento; (3) a viabilidade clínica, aferida pela utilização efetiva da plataforma pelas equipas de saúde e pelo tipo de intervenções registadas; (4) a eficácia clínica, avaliada pela comparação da incidência de eventos críticos (como readmissões hospitalares, reintervenções e mortalidade) entre o grupo monitorizado e um grupo histórico de controlo; e (5) a robustez técnica, monitorizada através das ocorrências relacionadas com falhas nos dispositivos ou na infraestrutura digital.

Quais são os principais resultados? Qual é o futuro desta abordagem?
     Os resultados deste estudo demonstraram que o sistema desenvolvido foi amplamente bem-sucedido. A satisfação dos doentes com a experiência foi de 88%. A adesão à monitorização diária também foi elevada, com uma média de 91,6% de dias com registo de dados. Em termos de eficácia clínica, observou-se uma redução estatisticamente significativa na ocorrência de eventos críticos, nomeadamente readmissões hospitalares, no grupo de doentes monitorizados em comparação com um grupo histórico de controlo (p=0,01). O sistema demonstrou ainda elevada viabilidade de integração na prática clínica, com a participação ativa de 25 enfermeiros e 2 cirurgiões na utilização da plataforma digital. A robustez técnica foi validada pela baixa incidência de falhas nos dispositivos IoT utilizados. A funcionalidade de envio de mensagens educativas personalizadas via chatbot foi altamente valorizada pelos doentes, contribuindo para reforçar a literacia em saúde e aumentar a sensação de segurança durante o processo de recuperação.

     Para o futuro prevê-se um ensaio clínico randomizado com cerca de 300 doentes, com o objetivo de validar de forma mais robusta os benefícios observados, bem como identificar subgrupos que possam beneficiar de forma mais significativa da telemonitorização. Paralelamente, encontra-se em desenvolvimento a aplicação de modelos preditivos baseados em machine learning, utilizando os dados recolhidos para antecipar eventos adversos e apoiar decisões clínicas personalizadas. A metodologia e a infraestrutura tecnológica criadas são igualmente consideradas replicáveis para outros contextos clínicos, nomeadamente em áreas cirúrgicas de elevada complexidade.

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Autores: Ana Londral, Salomé Azevedo, Pedro Dias, Carolina Ramos, Jorge Santos, Flávio Martins, Raquel Silva, Helena Semedo, Clara Vital, Ana Gualdino, João Falcão, Luís Velez Lapão, Pedro Coelho & José Fragata

Qual é o objetivo, público-alvo e áreas da saúde digital em que se enquadra?
     O estudo tem como objetivo desenvolver e validar um sistema digital de acompanhamento pós-operatório para doentes submetidos a cirurgia cardíaca, com base num sistema de telemonitorização remota. O público-alvo inclui profissionais de saúde, como cirurgiões e enfermeiros especializados em cirurgia cardíaca, bem como as equipas de tecnologias de informação e fornecedores de dispositivos de Internet das Coisas (IoT). O estudo insere-se em áreas da saúde digital, tais como a monitorização remota de doentes, o design de soluções digitais centradas no utilizador e a m-Health.

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     As doenças cardiovasculares mantêm-se como a principal causa de mortalidade a nível mundial, sendo responsáveis por cerca de 17,9 milhões de mortes por ano, de acordo com a Organização Mundial de Saúde. A sua elevada prevalência está associada a estilos de vida pouco saudáveis, caraterizados por alimentação inadequada, sedentarismo, consumo de álcool, tabagismo e stress crónico, fatores que contribuem para processos inflamatórios persistentes e alterações na estrutura e função dos vasos sanguíneos.

     Estas alterações vasculares favorecem a formação de placas de gordura (aterosclerose) que obstruem progressivamente o fluxo sanguíneo, conduzindo a várias doenças cardiovasculares. Entre estas, destacam-se a hipertensão arterial, as arritmias, a doença coronária (obstrução das artérias que irrigam o músculo cardíaco) e a insuficiência cardíaca (comprometimento da função contrátil do coração para bombear sangue de forma eficaz). Sem uma deteção e intervenção atempada, estas condições podem evoluir para eventos agudos graves, como o enfarte agudo do miocárdio, o acidente vascular cerebral (AVC) ou mesmo falha de múltiplos órgãos, devido à circulação insuficiente de sangue e oxigénio.

     Quando a abordagem farmacêutica não é suficiente, a intervenção cirúrgica torna-se necessária para restaurar a função cardiovascular. No entanto, apesar da sua eficácia clínica, estas intervenções implicam riscos no período pós-operatório, incluindo arritmias, infeções, eventos tromboembólicos (formação de coágulos sanguíneos) e instabilidade hemodinâmica (pressão arterial persistentemente anormal). As taxas de readmissão hospitalar rodam os 15% a 20% no primeiro mês, podendo atingir os 30% ao longo do primeiro ano após a cirurgia.

Quais são as abordagens atuais?
     Atualmente, o acompanhamento pós-operatório em cirurgia cardíaca tem início em ambiente hospitalar, com monitorização intensiva por parte de médicos e enfermeiros. São avaliados parâmetros vitais como a frequência cardíaca, pressão arterial, função respiratória, oxigenação, temperatura, débito urinário e balanço hídrico, essenciais para detetar precocemente complicações e orientar intervenções clínicas imediatas. Após a alta hospitalar, os doentes são integrados em programas de reabilitação cardíaca que combinam o controlo de fatores de risco cardiovascular (hipertensão, diabetes, obesidade e sedentarismo), o ajuste da terapêutica farmacológica consoante a evolução clínica, o exercício supervisionado e o apoio educativo. Este último promove a literacia em saúde, reforça a adesão ao tratamento e oferece suporte emocional durante o processo de recuperação.

     Nos últimos anos, surgiram soluções de monitorização remota aplicadas à doença cardíaca crónica e a programas de reabilitação à distância. Estas abordagens baseiam-se na recolha de dados fisiológicos através de wearables e aplicações móveis, permitindo o acompanhamento dos doentes após o regresso a casa. No entanto, não foram concebidas para o período pós-operatório imediato, caracterizado por maior instabilidade clínica e necessidade de acompanhamento intensivo. Além disso, muitas apresentam interfaces pouco adaptadas a doentes em fase de recuperação, não dispõem de mecanismos estruturados de resposta clínica em tempo real e não estão integradas nos fluxos clínicos hospitalares, o que dificulta a sua utilização por equipas multidisciplinares e compromete a continuidade e eficácia do acompanhamento.

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     A inovação deste estudo consistiu no desenvolvimento de um sistema digital estruturado para o acompanhamento remoto de doentes no pós-operatório de cirurgia cardíaca, com monitorização contínua no domicílio, articulação com a equipa de saúde e funcionalidades centradas na pessoa em recuperação.

     O processo de desenvolvimento seguiu a metodologia Design Science Research, que privilegia a criação faseada de soluções com validação contínua em contextos reais. Em paralelo, foram aplicados os princípios do Lean Startup, que assentam na utilização dos recursos já disponíveis e na melhoria rápida com base em feedback. Neste caso, os Digital Health Kits já existentes foram aproveitados como ponto de partida para o desenvolvimento do produto mínimo viável. Cada kit incluía um smartphone com ligação 4G, assegurando a conectividade contínua, um smartwatch para monitorização da frequência cardíaca e contagem de passos, um esfigmomanómetro para medição da pressão arterial e da frequência cardíaca em repouso e uma balança digital para controlo do peso corporal. Todos estes dispositivos IoT, estavam interligados com a aplicação móvel SMARTBEAT, desenvolvida no âmbito do projeto.

     A aplicação recolhia automaticamente os dados fisiológicos do doente, que submetia diariamente fotografias da ferida cirúrgica através de um chatbot guiado. Em resposta, o doente recebia mensagens educativas personalizadas, previamente definidas, com o objetivo de reforçar a literacia em saúde ao longo da recuperação. Para além disso, os profissionais de saúde podiam enviar mensagens adicionais adaptadas ao estado clínico de cada doente.

     Foi igualmente desenvolvida uma plataforma web dirigida aos profissionais de saúde, que possibilitava o acesso em tempo real aos dados submetidos, à gestão de alertas clínicos, ao registo de intervenções e ao acompanhamento estruturado da evolução clínica. Embora não substitua o contacto presencial, constituiu um suporte complementar à vigilância, facilitando a priorização de casos e apoiando a tomada de decisão clínica de forma mais informada.

     Para avaliar o impacto deste sistema, foi conduzido um estudo piloto no Hospital de Santa Marta, em Lisboa, envolvendo 30 doentes submetidos a cirurgia cardíaca. Cada doente foi monitorizado remotamente durante 30 dias, mas o estudo decorreu ao longo de 16 meses, uma vez que foram introduzidas melhorias entre os acompanhamentos. A avaliação foi organizada em quatro ciclos sucessivos de desenvolvimento, teste e adaptação, permitindo uma evolução contínua da solução em função do contexto clínico e do feedback dos utilizadores. A análise considerou cinco dimensões principais: (1) a experiência do utilizador, medida através do Net Promoter Score, do User Experience Questionnaire e de entrevistas presenciais; (2) a adesão, avaliada com base na regularidade do registo de dados ao longo do período de acompanhamento; (3) a viabilidade clínica, aferida pela utilização efetiva da plataforma pelas equipas de saúde e pelo tipo de intervenções registadas; (4) a eficácia clínica, avaliada pela comparação da incidência de eventos críticos (como readmissões hospitalares, reintervenções e mortalidade) entre o grupo monitorizado e um grupo histórico de controlo; e (5) a robustez técnica, monitorizada através das ocorrências relacionadas com falhas nos dispositivos ou na infraestrutura digital.

Quais são os principais resultados? Qual é o futuro desta abordagem?
     Os resultados deste estudo demonstraram que o sistema desenvolvido foi amplamente bem-sucedido. A satisfação dos doentes com a experiência foi de 88%. A adesão à monitorização diária também foi elevada, com uma média de 91,6% de dias com registo de dados. Em termos de eficácia clínica, observou-se uma redução estatisticamente significativa na ocorrência de eventos críticos, nomeadamente readmissões hospitalares, no grupo de doentes monitorizados em comparação com um grupo histórico de controlo (p=0,01). O sistema demonstrou ainda elevada viabilidade de integração na prática clínica, com a participação ativa de 25 enfermeiros e 2 cirurgiões na utilização da plataforma digital. A robustez técnica foi validada pela baixa incidência de falhas nos dispositivos IoT utilizados. A funcionalidade de envio de mensagens educativas personalizadas via chatbot foi altamente valorizada pelos doentes, contribuindo para reforçar a literacia em saúde e aumentar a sensação de segurança durante o processo de recuperação.

     Para o futuro prevê-se um ensaio clínico randomizado com cerca de 300 doentes, com o objetivo de validar de forma mais robusta os benefícios observados, bem como identificar subgrupos que possam beneficiar de forma mais significativa da telemonitorização. Paralelamente, encontra-se em desenvolvimento a aplicação de modelos preditivos baseados em machine learning, utilizando os dados recolhidos para antecipar eventos adversos e apoiar decisões clínicas personalizadas. A metodologia e a infraestrutura tecnológica criadas são igualmente consideradas replicáveis para outros contextos clínicos, nomeadamente em áreas cirúrgicas de elevada complexidade.

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